O Centro de Formação Tecnológica de Madre de Deus (CFTMD) completou, em outubro, seis meses de atividade em Madre de Deus, Bahia. Até agora, em parceria com o Instituto Paramitas foram certificados, em duas turmas, 441 alunos e já tem a terceira turma com 366 alunos matriculados nos cursos Primeiros Cliques diurno e noturno, Aluno Monitor, Intel Comunidades e Microsoft Academy Virtual (MVA). E a lista de espera para participar dos cursos já tem 1.833 pessoas, entre crianças, jovens e adultos.

Foi no final de julho que ocorreu a primeira cerimônia de entrega de certificados para 204 alunos de todos os cursos, com a presença da presidente do Instituto Paramitas Claudia Stippe e do prefeito de Madre de Deus Jeferson Andrade, um momento para  valorizar o aluno cursista entregando em mãos o seu certificado. Outra certificação aconteceu em setembro com  239 alunos concluintes dos cursos Primeiros Cliques, Aluno Monitor, Intel Comunidades e Microsoft Academy Virtual (MVA).

Nesses seis meses de atividades no CFTMD o curso em destaque é o Primeiros Cliques, com três turmas durante o dia e quatro à noite e com o maior número na lista de espera. A primeira turma noturna foi iniciada em julho facilitando o acesso de pessoas da comunidade que trabalham ou tem outras atividades durante o dia e não podem frequentar as aulas. A abertura dessa turma foi um grande passo também para alcançar principalmente a terceira idade.

A grande demanda pelo curso Primeiros Cliques está na maneira interativa como é abordado os primeiros passos no uso das tecnologias, principalmente, para a população que não teve orientação  e para a terceira idade que, até então, não tinha acesso ao computador e internet.

O primeiro contato com o computador é muito importante para as pessoas, mesmo que seja atualmente tudo muito intuitivo, ainda existem dificuldades a serem superadas. “O curso Primeiros Cliques foi muito proveitoso porque eu não tinha noção de como ligar e usar um micro, mas por meio dos facilitadores eu aprendi o que é uma parte visível e invisível de um computador e aprendi como usar o mouse e o teclado”, relata Valfredo dos Santos Souza.

Até mesmo quem já tem algum conhecimento em informática faz o curso em busca de aperfeiçoamento e para ter o certificado. A aluna Luana Rolemberg é uma dessas pessoas, ela já utilizava há algum tempo o computador, mas mesmo assim resolveu se matricular no curso para iniciantes. “Reconheço que dominava os assuntos do curso, pelo fato de serem simples e básicos, pois sempre fizeram parte da minha rotina, foi uma experiência legal, várias histórias, idades, pessoas e personalidades bastante diferentes. Foi um período válido, que só teve a acrescentar e melhorar os meus conhecimentos”, conta ela.

Outro curso que também teve grande demanda foi o Intel Comunidades que faz parte do Programa Intel Aprender. Sua meta é ajudar jovens de comunidades com pouco ou nenhum acesso à tecnologia a desenvolver habilidades necessárias ao sucesso no mercado de trabalho por meio do pensamento crítico, da cooperação e do domínio das ferramentas de informática, bem como ajudá-los a aplicar os projetos criados durante o curso na comunidade onde vivem ou em suas vidas.

“Ao fazer a minha inscrição para o curso, pensei: vou fazer apenas para ter um certificado chancelado pela Intel, pois sei que o que eles irão ensinar é o básico, como muitos outros cursos que já participei. Foi um engano, visto que não era um curso comum, mas sim aulas que além de proporcionarem conhecimento, serviram como autoajuda, ministradas com calma”, conta Miriam Andrade que fez parte da primeira turma do Intel Comunidades.

Já o curso MVA, direcionado para quem tem conhecimentos técnicos e quer se aperfeiçoar, atrai também quem já está empregado. Esse é o caso do Carlos Eduardo da Costa Queiroz e da Liliane Grave da Silva que são técnicos em informática e foram orientados pelo próprio chefe para a se matricularem no curso de MVA. Para eles o curso foi uma reciclagem: “A gente acha que já sabe tudo porque trabalha com isso todo dia, mas frequentando o curso vemos técnicas e coisas que a gente nem lembrava mais”, relata Liliane.

Entre os alunos que passaram pelos cursos do Instituto Paramitas três deles foram contratados para fazer parte da equipe de facilitadores, Elisandra Andrade, Evaldo Graciliano e Marcleide Pinho. Para Evaldo Neto que participou da primeira turma do Microsoft Virtual Academy, o interesse em aprender só cresceu a cada aula que tinha no CFTMD. “Quanto  à formação acredito que tudo que agrega  conhecimento relacionado à  minha área de atuação profissional é importante, o curso além de me trazer conhecimento técnico, me trouxe informações valiosas sobre o mercado de trabalho”.

Já Elisandra Andrade ingressou junto com as filhas para se atualizar no curso Primeiros Cliques e declarou: “Com o desenvolvimento do curso minhas expectativas foram superadas, pois a maneira com a qual o curso é aplicado facilita o aprendizado, acesso e interação dos cursistas com a tecnologia”.

 Outras atividades

Em paralelo aos cursos do CFTMD aconteceram duas palestras no auditório da biblioteca que fica no mesmo prédio. Nos últimos meses a população pôde assistir às palestras “Como ganhar dinheiro em casa usando o computador”, com Rick Boaventura,  “Aprendendo a trabalhar: Entrevista, Elaboração de Currículo e Noções éticas de comportamento”, com a Assistente Social Ana Lúcia da Silva Santos, que atua como Agente de Desenvolvimento no SEBRAE em Madre de Deus (BA) e “Empreendedorismo: Como montar seu próprio negócio”, conduzida pelo coordenador de tecnologia do Instituto Paramitas Lucas Thomas Santos do Vale.

Aoss cursistas do CFTMD, em julho, junto ao SINE foi oferecida às crianças e jovens a oportunidade de tirar a primeira e segunda via do RG e Carteira de Trabalho totalmente gratuitos.

Em agosto o Instituto Paramitas também participou, convidado pelo diretor pedagógico da Secretaria municipal de educação (SEDUC), Georgeton Correia, para participar do dia da família na escola, um evento anual da cidade. Foram ministradas oficinas práticas de informática pelo formador João Mota e pela Daiane Pedreira.

    

   

 

 Por Daiane Carvalho e Jussara Caetano